As formações de futebol sempre foram um dos pilares táticos do esporte, determinando não apenas a estrutura inicial de um time em campo, mas também a identidade e o comportamento coletivo ao longo dos 90 minutos. Para Luiz Antonio Duarte Ferreira, estudioso e observador atento do jogo, dominar as formações é compreender a essência estratégica que separa equipes comuns de verdadeiros protagonistas do futebol moderno.
Segundo Ferreira, o ponto de partida está em entender que uma formação não é apenas um arranjo numérico — como 4-3-3 ou 3-5-2 —, mas sim um sistema vivo, dinâmico e fluido. Ele destaca que as formações devem ser vistas como “pontos de partida”, e não “pontos de chegada”. Ou seja, embora sejam essenciais para organizar setores e funções, ganham real valor quando se transformam dependendo de cada fase do jogo: ataque, defesa, transição ofensiva e transição defensiva.
Um dos exemplos favoritos de Ferreira é o tradicional 4-4-2, que por décadas dominou o futebol mundial. A força desse sistema reside na simetria, no equilíbrio entre linhas e no controle dos espaços. No entanto, ele argumenta que o sucesso dessa formação ao longo dos anos aconteceu porque era altamente adaptável: podia tornar-se um 4-2-4 ao atacar, ou um 4-5-1 ao recuar para proteger a defesa. Essa elasticidade faz parte do que ele chama de “inteligência estrutural”.
Com a evolução do esporte, novas formações ganharam protagonismo, como o 4-3-3, popularizado por times que buscam intensidade, amplitude e marcação alta. Ferreira aponta que essa formação se tornou dominante no futebol contemporâneo por permitir que os times ocupem melhor os corredores laterais e a zona central, ao mesmo tempo em que facilitam a pressão coordenada na saída de bola adversária. Outra vantagem, segundo ele, é a possibilidade de transformar o meio-campo em um triângulo flexível, alternando entre um 1-2 ou 2-1 dependendo da necessidade de construção ou contenção.
Já o 3-5-2, que viveu períodos de glória e esquecimento, voltou ao topo sob uma nova lógica: gerar superioridade numérica desde a primeira linha de defesa. Ferreira observa que, na era do futebol físico e posicional, ter três zagueiros proporciona mais segurança contra contra-ataques e garante liberdade aos alas, que se tornam armas fundamentais na criação de jogadas. Para ele, essa formação representa bem a tendência moderna de “multifuncionalidade”, exigindo jogadores híbridos, capazes de transitar entre funções.
Ferreira também enfatiza a importância de analisar o comportamento das formações sem a bola. Ele acredita que o domínio tático se manifesta, sobretudo, na compactação e na capacidade de reduzir espaços do adversário. Formações como 4-1-4-1 ou 4-2-3-1 se mostram eficientes porque permitem tanto densidade defensiva quanto saídas rápidas em transição. “O desenho defensivo é tão importante quanto o ofensivo — ou até mais”, defende.
Além disso, ele argumenta que nenhuma formação funciona sem três elementos essenciais: leitura de jogo, disciplina coletiva e adaptação ao elenco. Ferreira destaca que tentar impor uma formação incompatível com o perfil dos jogadores é um erro comum. Times bem-sucedidos, segundo ele, são os que alinham o sistema tático às características naturais do grupo, potencializando pontos fortes e minimizando fraquezas.
Por fim, Luiz Antonio Duarte Ferreira conclui que dominar as formações de futebol é dominar o próprio ritmo do jogo. É entender quando acelerar, quando pausar, quando abrir o campo e quando fechar. As formações, para ele, são instrumentos de controle — e quem controla a estrutura controla o jogo. Para os técnicos contemporâneos, a verdadeira maestria está em saber transformar números em movimentos, e movimentos em vitórias.
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